O
amor acontece assim: Escuta-se a musica do bar em frente e o burburinho dos
últimos clientes, o gosto da cerveja já sumiu completamente do paladar. Os dois
corpos descansam semi- encostados e algumas lufadas de vento úmido da chuva
fazem um barulho agradável no telhado. E acontece um estalo: Zás! Nem minha
pança de mamute e nem sua bunda de mulata são um empecilho. Encaixe. Como se a
América do Sul voltasse com toda a força e encontrasse seu lugar na costa da
África. Encaixe. Só que ao invés de estabilidade os continentes imitam o
primeiro encontro colossal, terremoto após terremoto. Encaixe. E um oceano
atlântico de licores afrodisíacos inunda a atmosfera do quarto indicando que fiz
a coisa certa. O bar fecha, a chuva para, as paredes do quarto não são mais
amarelas, e nunca houve gosto de cerveja. Até que o atlântico jorra em
tormentas marítimas de tempos geológicos e ouve-se um gemido tímido que faz o
tempo voltar de seu estado de suspensão. Os últimos bêbados ainda papeiam no bar,
a chuva não cessou, as paredes do meu muquifo ainda são de um ridículo amarelo.
Não acabamos. Meu corpo de mamute salta barulhento sobre o dela, rendida,
entregue, receptiva, e mergulho no mar licoroso com prazer de vitorioso até que
se esgotam minhas forças de Sísifo e a pedra rola sobre meu corpo novamente.
Devemos manter a África árida e infértil, concordamos de forma imperialista.
Índios e negros avizinham-se com harmonia, pois formamos novamente o continente
único ancestral. Ouve-se um trovão de mar batendo nas pedras, mas é só o ronco
de seu descanso merecido. Não tenho sono, nem sede, nem fome, nem nada. Somos
apenas um homem e uma mulher. Antes dela trabalhar faremos de novo, e o magma
do desejo continuará azeitando o movimento continental. E nos amaremos...
terça-feira, 13 de agosto de 2013
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E nos amaremos <3
ResponderExcluirXero, meu bem =*